3 de jul. de 2009

Porque não me bastaria conversar aqui e ali...
é preciso fazer terapia do grito pra não cair em ‘decepção profunda’
sei o quanto alguns odeiam isso...
e se arvoram em dizer tá mandando recado
deixa o povo errar e fazer merda e aprender assim
e coisas semelhantes
por outro lado...eu preciso dizer EU ME IMPORTO
eu me importo com pessoas
eu me importo que o BDSM,
e principalmente o SEM CULPAS, s
eja um espaço para uma prática SÃO, SADIA e CONSENSUAL
eu me importo que os abusos sejam REALMENTE consentidos
que não haja aproveitadores de carências, de fraquezas, de vulnerabilidades
mas sim que existam pessoas capazes de entender a essência do que eu aprendi lá atrás.
De que o BDSM constrói...liberta...ilumina.
torna voce um ser humano capaz de entender-se e dominar-se.
De alem de tudo aceitar-se na integra. Bem e mal. De ser voce mesmo! E gostar disso.
E no relacionar-se fazer do seu parceiro o melhor, o maior. Não para outros mas para si.
E cada olhar de admiração pelo seu Dominante ou seu submisso voce encher o peito e dizer pois é...é por isso que eu estou aqui ao lado dele.
Mas tudo isso de nada vale, se ali no seu dia-a-dia, voce se apavora com a falta de coerência dele. Se é preciso disfarçar pra que os demais não percebam o quanto ele perdeu a noção. O quanto o Poder assumido lhe fez mal. O quanto se transtornou querendo brincar de deus.
Porque dominar, se falta controle, domínio e coerência é brincar de deus.
E se voce tem poder, isso implica numa puta responsabilidade.
Aquele ser que se entrega a voce tá ali querendo acreditar sempre que voce realmente quer o melhor pra ele. Que sendo sádico, egoísta e egocêntrico voce ainda se importa. Acredita que voce o quer grande, maravilhoso pra ter um MUUUUUUUUUUndo a explorar.
Porque ele realmente acha que voce é magnânimo e não se satisfaz em usar e abusar de pouco. Ele realmente sente que voce o quer, por ele, pelo que ele despido e desnudo oferece. E não que voce o despe e desnuda usufruindo do que lhe retira.
Ele confia e deveria merecer a paga por essa confiança, a VERDADE!
Pois é submissos e submissas
Eu vou me arvorar e dizer claramente A VERDADE mesmo que isso pareça prepotência
e que e leve o seu dominador a dizer a voce cuidado com a vaca.
*rio* *rio* *rio*
eu devo mesmo começar a acreditar que meto medo em dons.
BDSM não é um relação de troca. Isso é um conceito da sociedade capitalista.
Não é uma toma lá da cá. Onde deve haver uma moeda (financeira, emocional ou qq outro tipo) que pague pelo que o dominante lhe oferece.
BDSM é uma relação de resposta, satisfação de desejos.
Aqui há hierarquia e obediência.
Nessa fantasia voce oferta tudo que voce É para uso e abuso.Nunca o que voce tem.
O que voce tem não é oferta submissa, portanto é seu e não dele.
E quem bota limite e medida nesse aspecto é voce.
E lembre-se, não é dinheiro não.
É sua vida.
É seu emprego.
É seu bem estar.
É a manutenção da sua sanidade física, emocional e mental.
Eu sinceramente, fui obrigada recentemente a chafurdar num mar de lama, porque eu ME IMPORTO com o ser humano, e descobri que havia mais Porcos que eu podia imaginar.
Cada vez mais é latente a falta de discernimento de dominadores incapazes de prezar por suas submissas carregadas de carências e vulnerabilidades.
A irresponsabilidade beira a loucura e faz cair por terra qualquer resquício de admiração.
O uso irresponsável do poder é definitivamente decepcionante.
A falta de escrúpulos é indigna da propriedade.
Não encontro palavras pra terminar o texto.
O desfecho seria ‘under’ demais.
Vaca

13 de mai. de 2009

MANUAL DA NEGOCIAÇÃO

pois é...um dia eu não tava fazenu nada...e saiu isso! na verdade as dicas são boas e sábias...mas a verdade é que desacreditamos dos riscos - com a gente nao acontece - e sabotamos algumas validas observações em prol do nosso tesão e do creme meagarantiu tabajara. que se faça essa escolha - mas que seja consciente!

Mas primeiro vamos tentar definir o que vem a ser a negociação? A relação BDSM é um contrato (verbal e/ou escrito). Todo contrato prevê uma negociação. E todo negócio deve beneficiar ambas as partes. Negociar é literalmente discutir, avaliar e ajustar um tácito acordo de realização.

Essa negociação deve persistir durante todo o contrato, pois reflete o crescimento da relação e a superação de limites dos parceiros. Seriam os aditivos....rs

Mas aqui falamos da pré-negociação! Do momento do se dar a conhecer e conhecer o outro. Isso vale pra ambas as partes!

Surgindo um primeiro contato (Chat, grupo, anuncio, etc) e despertando interesses comumente vai-se para a troca de emails e para o MSN. Em seguida telefone. E mais tarde encontros públicos para chegar-se a tão sonhada “sessão”. Não há tempo previsto ou certo ou seguro. Há o seu tempo. Há a sua percepção do momento. A sua segurança de expor-se.

Sim, negociação é pura exposição. Expomos nosso eu mais íntimo, nossos desejos, nossas fantasias, nossas vergonhas,nossos limites e limitações. E mais tarde expomos nossas vidas, nosso rosto e nosso corpo. E algumas vezes nosso espaço social e profissional.

Pra mim é importante que seja uma troca. A negociação é troca. Pergunte, questione, esmiúce, teste quem está do outro lado.Não abra mão de informação ou qq coisa que lhe seja importante. Se faz questão da foto, não de passos a frente sem ela. Seja real, seja verdadeira.

Trabalhe com a interpretação do outro. O que é hard pra você? O que é hard pra ele?O que é humilhação pra você? O que é pra ele? Nunca PRESUMA nada. Nunca pense que entendeu. Esclareça!

Vai haver sedução, vai haver jogo de palavras, vai haver tudo. Ninguém negocia pra perder. Ou você vai apresentar o seu pior? Vai sair falando dos seus defeitos? Não há quem entre nessa e não enalteça qualidades e fique torcendo pra ele não perguntar nada em que tenha que confessar seus defeitinhos detestáveis. E se ele perguntar se você tem celulite? Rs O bom negociador sabe vender seu peixe sem mostrar o cheiro. E todo peixe cheira(ou fede)! Seja honesto mas não seja tolo! Descontraia e fale da celulite perguntando se ele sabe ler em braile...rs.

E lembre-se que muitos supostos defeitos são o seu maior atrativo nesse nosso mundo. Deixe o Top conduzir a negociação mas não perca seu foco pela intenção de agradar. Seja claro no que conhece e não conhece. No que tem ou não o desejo de experimentar. Estabeleça limites sim. A gente sempre os tem. E não presuma que ele já sabe, que esses são os de todo mundo. Não, você não é todo mundo! Tem que haver uma base inicial. Ele tem que ter ponto de partida. Os seus limites atuais são asua referência! Se você não quer usar agulhas diga que não quer. Ele que te prove com o tempo quenão precisa temê-las e que será prazeroso o uso.

Dizer não, não afasta quem te deseja de verdade, e se afasta é porque não te deseja. E se for importante para você resgate, desde que com a real intenção de usar as tais agulhas. Entenda os limites estipulados por ele como limites. Não pense que isso muda quando ele te conhecer. Que esta sendo duro pra impressionar. O desenrolar de uma relação é imprevisível. Então paute-se pela realidade apresentada e terá boas surpresas. Paute-se em possibilidades e....bom...conte com a sorte, porque você vai precisar!

estou anexando um texto com alguns pormenores práticos que acho são maisdirecionados as submissas. são detalhes que aprendi no meu caminhar, não sãoverdades cristalizadas mas ajudar a encontrar caminhos. Não vou publicar geral paranão sentir os chicotes estalando no ar!!!! Recomendável somente para aqueles que nada tem contra subs selvagens rsssss

O ANEXO

Meninas ou meninos,

Não quero ensinar nada a ninguém.

Mas aqui vocês podem avaliar o que quatro anos, dois donos e uma diversidade enorme de assédios e negociações me ofereceram. Já vivi situações extremas como do Chat ao encontro em 7 horas ininterruptas de negociação. E no outro extremo 2 anos de conhecimento e conversa sem sair do virtual. Com uma ainda existente vontade de que um dia talvez... Aqui exponho a minha maneira de pensar e agir ao negociar minha entrega:

- EMAILS: eu não passo da fase de emails se não sentir firmeza e certeza de que o Dominador é BDSM, conhece o babado e sabe do que está falando. Se for um curioso ou simpatizante do assunto busco oferecer meios pra se descobrir, indicando sites e grupos.Deixo aberta a comunicação até que ele se encontre.Aqui apresenta-se e pergunta-se o básico. Quem é , o que faz, como é, estado civil, cidade, disponibilidade pra viajar, tempo de BDSM, praticas preferidas, etc.Nesta fase nada mais justo que buscar informação na comunidade sobre quem é e a respeitabilidade que tem. Não se prenda a julgamentos mas busque ouvir.

Possibilidade de pular essa fase: ser um Dom conhecido e reconhecido no meio.

- no MSN: já aqui deixo me levar pela condução do Dom. Concedo pequenas provas de entrega, mas não viajo em entregas virtuais, digo sempre que não recebo ordens de letrinhas pequenininhas mas apenas do Homem e até então este não está presente. Aqui é hora de conversar, em tempo real, tirar DUVIDAS DE INTERPRETAÇAO! muito comuns. Ou seja você disse gostar de spanking light, ele também – esclareçam o que é light pra cada um!!! Gosta de humilhação??? Diga exatamente o que pensa que é humilhação ou esteja preparada pra tudo!Aqui também vejo como o momento da troca de fotos. E digo TROCA!!! Muito comum Dominador não querer mandar fotos. *sorriso* sorry baby mas sem atração nada feito! E mais sem a confirmação de quem és. Não se trata apenas de visual mas do confirmar que você existe! A confiança na relação BDSM tem q ser mútua!!!

- TELEFONE: no meu caso esse passo é um verdadeiro parto! Porque aqui começa pra mim a invasão de privacidade, e a possibilidade de reais constrangimentos. Celular toca e você não pode falar, ele aproveita a conversa pra lhe constranger provocadoramente.Tem certeza de que conhece SSC e sabe respeitar limites pessoais, familiares e profissionais??? Amiga, tenha!!! Ou prepare-se pra ouvir absurdos e quem sabe até trocar o celular.

- ENCONTRO: eu normalmente parto pro encontro já com a disposição de ir pra “sessão”, somente agendo quando me sinto segura e tranqüila que posso “enfrentar” a fera. Poucas vezes recuei na intenção e fui bem compreendida. Eu só parto pra esse momento quando sei que posso dizer NÃO e ser entendida.Regrinhas básicas para o primeiro encontro: avise alguém do meio do local e horário. Combine previamente para que te liguem e verifiquem como está tudo (ex: se combina com Maria pra te ligar e você atender e chama-la de Joana ela deve ir pro local imediatamente). Eu me arrisco ainda a sugerir alguns detalhes: - a sub tudo pode durante a negociação mas tem que ter sutileza e humildade para pedir, sugerir e até mesmo implorar. Todo Dom/me aprecia ter o ego massageado e se você quer ganhar pontos saiba como fazer e conseguirá favores. - educação acima de tudo. - clareza no momento de sair da negociação unida a capacidade de agradecer a oportunidade, o tempo disposto etc fazem o seu nome na comunidade. - ética. Não passe nada adiante, o que ali foi conversado pertence unicamente a vocês. - seja perseverante e paciente. Não desista num primeiro não. Pode ser um teste. - não seja impertinente. Não lote sua caixa de emails de mensagens a menos que isso lhe seja pedido. - voce é um ser humano, uma pessoa e o Dominador que não sabe reconhecer e valorizar isso não merece sua entrega. E se você não souber mostrar seu valor ele o encontrará em outra pessoa. - enfrente decepções de cabeça erguida. Você não fracassou, aprendeu!!!!

pois é...agora leiam o comennts que enviei a uma amiga antes de lhe mandar meu manual!

pra submissas desavisadas eu lembro:

vaca come pasto adicionado

portanto

alterações de percepção lúcida são comuns eu nao sigo meu 'manual', sigo meus instintos putanos...rsrsrsrs os resultados nao sao garantidos...

nao me culpem nem pelo bem nem pelo mal mas divirtam-se!!!!!!

30 de mar. de 2009

Sou sado mas sou limpinha!

É precisamos pedir emprestado o bordão da ‘diarista’ e aliar às outras tantas explicações mais esta. Depois do desfavor feito pela TV Record na escolha de uma família dita “fetichista” para o programa “Troca de Família” expondo uma pessoa de vida tradicional inclusive a condições de higiene nada aceitáveis.
Este talvez o ponto mais revoltante, para a comunidade BDSM&Fetiches.
Em primeiro lugar já existe uma celeuma própria dentro da nossa comunidade a respeito de uma representação dessa forma tão particular de vivenciar seus desejos e/ou fantasias. É tácito que não há uma representação única que possa referenciar este universo tão amplo e diversificado.
Qualquer opção que se faça por pessoas, casas e/ou festas que simbolizem nosso meio terminam por ser restritas a uma das variadas formas de externar essa sexualidade. Os mundos fetichista e BDSM (bondage&disciplina, dominação&submissão e sadomasoquista) que se aliam por identificação mas se diferenciam pela forma de vivenciar suas escolhas, caracterizam-se principalmente pela diversidade de práticas e mais ainda pela expressão das mesmas de forma absolutamente singular.
Para melhor entendimento é preciso somente lembrar que o universo de fantasias e/ou fetiches nasce da imaginação de cada um e a mente é absolutamente livre, o pensamento é espetacularmente único.
Nas primeiras manifestações diante do programa já tive vontade de expressar minha indignação com a postura da família dita fetichista em ‘exigir’ aceitação de suas opções enquanto desrespeitava totalmente a outra face da moeda. Mas talvez isso fizesse parte do “show” televisivo pautado principalmente na guerra de audiência.
Quando finalmente veio a público uma caracterização da prática sadomasoquista/fetichista como: - universo de supremacia feminina (um entre tantos mundos do nosso universo) - agressividade e desrespeito pelo outro;e, - sujeira.
Ficou difícil manter o silêncio que caracteriza a grande maioria dos praticantes.
Não se engane! Estamos aí dentro da sua casa, do seu trabalho, do seu meio social. Vivemos o nosso dia-a-dia normalmente. Casamos, criamos filhos, vamos às reuniões da escola, ao coquetel de lançamento do seu livro, à boate da hora e a todos os demais lugares que seres humanos freqüentam.
Estamos lá, vestidos tradicional e adequadamente ao ambiente que freqüentamos, falando sobre a política, a seleção brasileira, um novo tratamento estético, a próxima viagem da família. E quando finalmente nos recolhemos a nossa intimidade realizamos nossos fetiches e fantasias, com prazer e responsabilidade. Satisfazemos nossos instintos e equilibramos nossa sexualidade não exercendo a negação dos desejos e fantasias, mas realizando!
Da mesma forma que você não faz sexo com seu parceiro na nossa cara, também não precisamos vestir couro, botar correntes e saltos altíssimos e sair na rua pisando, chicoteando, amarrando.
Fazemos tudo isso, com prazer, higiene e responsabilidade – afinal se não cuidarmos de nós mesmos como dar continuidade ao nosso prazer? visto ser difícil encontrar o parceiro certo pra vivenciar essa sexualidade “exótica” – na nossa intimidade, que pode sim ser privada ou em festas ou casas do gênero. Mas que não precisam de forma alguma extrapolar esses ambientes.
Falo por mim, mas tenho certeza de que também por muitos praticantes, que ao descobrir-nos sadomasoquistas e/ou fetichistas desejamos o respeito alheio e pautamos nossa atitude exatamente na máxima: é dando que se recebe.
Respeitamos para sermos respeitados!!!
Fica o repúdio a mais essa deturpação, pautada num exemplo não representativo, da nossa essência!